DIdi Krepinsk

Reserve Aqui 29/05/2017

Acordamos bem cedo no sábado e saímos do hotel Dar Ahlam 7:30 am rumo ao nosso próximo destino, o hotel Kasbah Tamadot no Vale de Asni-Imlil, no High Atlas Mountains, onde nos hospedamos por duas noites. Para chegar no hotel, situado na região do Grande Atlas, foi necessário dirigir aproximadamente 6 horas. A viagem foi cansativa, não vou negar, mas a estrada e as paisagens eram deslumbrantes, e ainda fizemos a travessia de Tizi’n’Tishka, a passagem mais alta do Marrocos, a 2260 metros de altura! A viagem passou mais rápido do que imaginava.

Imlil, Marrocos - Hotel Kasbah Tamadot - High Atlas Mountains

O GRANDE ATLAS (“HIGH ATLAS MOUNTAINS”)

O Grande Atlas do Marrocos é composto do Atlas Médio, Alto Atlas e Anti-Atlas. Esta cordilheira se estende por aproximadamente 2400 km pelo Marrocos, Argélia e Tunísia, incluindo a rocha de Gibraltar. O pico mais alto da cordilheira é Jbel Toubkal, com uma elevação de 4167 metros, situado no sudoeste do Marrocos. As cadeias do Atlas separam as costeiras do Mediterrâneo e Atlântico do Saara. A população das Montanhas Atlas é praticamente toda Berbere. Aqui você vai ver cenas incríveis de locais interagindo no seu dia-a-dia, mas antes de tirar uma foto, é necessário respeitar as tradições da região e pedir permissão. Sinto dizer que a maioria nega a foto, mas se você for bem discreto, com quem não quer nada, consegue capturar alguma coisa! Pelo menos foi o que eu fiz! Nessa região você encontra de tudo um pouco, incluindo óleo de argan, que é produzido aqui pelas mulheres berberes. Mulheres, vocês lembram do famoso produto de cabelo Moroccan Oil? Vem daqui! Nessa região existem dois tipos de óleo de argan: um utilizada para cozinhar e outro utilizado para fins cosméticos, como pele e cabelo. O óleo é caro porque é difícil de processar e só cresce aqui.

A viagem foi super pitoresca e acho que a gente deve ter passado por pelo menos três tipos de vegetação diferente! Juro!! Isso foi uma das coisas que mais me impressionou durante a viagem – a diversidade! Saímos do deserto seco e árido, para uma vegetação alpina! Na medida que íamos subindo em altitude, a paisagem ia trocando e a temperatura ia caindo. Eu nunca poderia imaginar que tinha esse tipo de vegetação no Marrocos – para mim era tudo um deserto só! Foi engraçado ver também o mix de vegetação: pinheiros, flores silvestres, palmeiras e cactos crescendo todos juntos em cima de terra vermelha na beira da estrada. Teve momentos que parecia que eu estava na Europa, outros no interior de São Paulo, e por aí vai. Vimos campos planos de trigo, oliveiras, árvores de maçã, etc. Foi realmente impressionante. No meio do caminho fizemos algumas paradas para se esticar e ir ao banheiro, e em um deles tive meu segundo “berber experience” hahaha – o tal buraco no chão! Kkkk. Passamos por vários vilarejos e teve um especialmente bonito chamado “Monday” (na verdade segunda em árabe) que tinha portas lindas pintadas em tons de roxo, lilás, azul e verde!

O HOTEL

Kasbah Tamadot é o retiro mágico de Sir Richard Branson (fundador do grupo Virgin) nas montanhas Atlas do Marrocos. Este hotel de 28 quartos situa-se no topo de um vale com vista para o Monte Toubkal e para algumas das tradicionais aldeias berberes que rodeiam a região. Na verdade, na língua berbere, Kasbah Tamadot significa “brisa suave”. Onde quer que você olhar ao redor do hotel você ficará surpreso e encantado – é um cantinho mais lindo que o outro! Do design exclusivo de cada um dos quartos e Tendas Berber, para o excepcional serviço, a experiência de se hospedar aqui é única! Eu amo ficar nesse tipo de hotel que faz você se encantar e apaixonar à primeira vista. O Kasbah Tamadot é um verdadeiro espetáculo! O hotel está repleto de escadarias, pátios, terraços e jardins. O café da manhã foi servido todo dia no lindo terraço do rooftop com vista para as montanhas. O hotel possui várias áreas externas agradáveis, piscina aquecida, quadras de tênis, uma enorme jacuzzi, tendas no jardim para deitar e relaxar, e ainda um belo Spa com uma piscina interna aquecida. Eu não queria ir embora por nada! Queria ter tido mais tempo para aproveitar a propriedade!

O empresário britânico descobriu o Kasbah Tamadot quando ele visitou o Marrocos com a missão de viajar o mundo em um balão de ar quente! A ideia de transformar o Kasbah em um lindo refúgio marroquino foi dos seus pais, Ted e Eve Branson. Sir Richard não conseguiu completar sua missão, mas conseguiu comprar a magífica Kasbah e tornou realidade o sonho dos pais quando o Kasbah Tamadot abriu sua porta para os primeiros hóspedes em 2005. O grupo Virgin possui outras propriedades ao redor do globo, do Quênia às Ilhas Virgens Britânicas, cada uma especial e única em sua própria maneira. Esse foi o primeiro hotel do grupo que fiquei e posso afirmar que agora minha meta é conhecer todos!! #BucketList JÁ!!

Cada quarto no hotel possui um nome e significado. Eu me apaixonei por um quarto que era totalmente lilás (gosto pouco de roxo) – quero um igualzinho, ainda vou ter, me aguardem! Hahaha. O nosso quarto chamava “Aknari” que significa “cactos” na língua berbere. O quarto tinha esse nome, pois na frente do nosso terraço tinha um monte deles espalhados no jardim! A atenção aos detalhes e o serviço de arrumação de cama à noite foram o que mais impressionaram. O quarto era super amplo e charmoso, e ganhamos “babouches” (chinelos típicos) para usar e levar embora para casa, além de um chapéu de palha típico da região também. Uma das marcas registradas do hotel é a abundância de pétalas de rosas por toda parte o que acaba dando um toque especial! Se vocês repararem nas fotos, verão que elas estão por toda parte, e no nosso quarto não foi diferente! A cama era uma delícia e tinha aquecedor (leia meu comentário no final do post), e toda noite a arrumadeira ligava o aquecedor e deixava um mimo em cima da cama, como algum produtinho do spa ou chocolates por exemplo. No banheiro, tinha shampoo e condicionador para “ela” e uma seleção diferente para “ele”, além de um patinho fofo marroquino na banheira! Compramos um igual no gift shop e trouxemos para o meu sobrinho! 

O PEDAL

A pedalada que fizemos no primeiro dia no Atlas foi disparada a minha favorita! Pedalamos cerca de 30 km em uma parte da estrada Tizi´n´Test, e em volta do Lago Ouirgane. O terreno era ondulado, então tinha muita descida, mas também muitas pirambeiras para subir!! É aquele famoso ditado em inglês: “what goes up must go down”! Em termos de percurso, foi o mais difícil, mas a paisagem era tão linda que nem me incomodei! O visual era tão deslumbrante e alpino que parecia que eu estava pedalando em algum lugar da Europa e não no Marrocos!

O TREKKING

Na manhã do segundo dia tivemos um “day-off” das bicicletas e fizemos trekking! Andamos cerca de 20 minutos de carro até o vilarejo de Imlil, onde começamos a subida, a 1700 metros de altitude. Caminhamos por 3 horas, passando por aldeias berberes diferentes, e atingimos uma altitude máxima de 1900 metros. A caminhada foi tranquila de modo geral, mas alguns trechos eram mais íngremes. Do topo das montanhas e aldeias conseguimos ver o Monte Toubkal (o pico mais alto do Norte da África). O pico da montanha ainda estava inteiro coberto de neve, muito bonito! Sim, tem até neve no Marrocos! Vocês estão entendendo agora a biodiversidade né?! Além do nosso guia Diego, fomos acompanhados por dois guias locais e duas mulas que, além de carregar as águas e mochilas, também serviam de apoio caso alguém precisasse parar de andar.

O HAMMAM

No segundo dia tivemos a tarde livre para curtir o hotel, mas infelizmente o tempo fechou e a chuva não deu trégua. Já que não podia tomar sol ou nadar por causa do frio, resolvi ir para o Spa! Eu marquei um tradicional “hammam” marroquino, seguido de uma massagem. Esse foi o primeiro hammam que fiz na vida – nunca me interessei pelo tratamento até então, mas minha mãe me convenceu! Ela fez um hammam na Turquia uns dois anos atrás que ela nunca esqueceu – ela jura que foi a melhor experiência da vida dela! Mas ao que tudo indica, as técnicas entre os dois países variam, então os rituais são diferentes. O hammam marroquino vem desde a época dos banhos gregos e romanos, e eles são particularmente úteis para o sistema circulatório, o sistema linfático, o fígado e os rins. O “ritual” de limpeza semanal dos marroquinos abre seus poros, eliminando bactérias, sujeira e pele morta, abre as passagens nasais, alivia a dor muscular e beneficia o sistema pulmonar. Ele também é bom para aliviar o stress e a tensão do corpo.

Eu adorei o “hammam”, tanto que fiz de novo em Marrakech! O tratamento proporciona uma limpeza profunda, e ajuda a purificar e suavizar a pele. O hammam é feito em uma espécie de banheiro de mármore, com muito vapor, lembrando uma sauna. Você deita em cima de uma pedra de mármore e primeiro eles passam um sabão preto no corpo, seguido de uma esfoliação da pele com uma luva. É um pouco bruto e dolorido no início, não vou mentir, mas é bom porque ativa a circulação e logo passa. Em seguida a terapeuta joga baldes de água quente no seu corpo para enxaguar tudo. Depois a mulher aplica uma máscara de argila no seu corpo (que eu comprei), e enquanto ela age, ela lava seu cabelo com shampoo e condicionador, e massageia seu couro cabeludo (a melhor parte kkk). Depois de enxaguar tudo novamente com baldes de água, ela passa por último um óleo de flor de laranjeira e deixa agir alguns minutos enquanto você fica deitada no vapor. O resultado final é uma pele reluzente e rejuvenescida. O corpo e a mente ficam totalmente relaxados. Eu saí revigorada do hammam e me sentindo a pessoa mais limpa do mundo! Hahaha. Super indico!

AS REFEIÇÕES

Com exceção do almoço no segundo dia, fizemos todas as refeições no hotel! No primeiro dia, chegamos no Kasbah Tamadot em tempo de almoçar. O hotel preparou uma refeição deliciosa em um dos terraços externos com uma vista de matar! Nós escolhemos com antecedência os pratos do cardápio então tudo já estava pronto para servir quando chegamos esfomeados! Eu comi uma “tagine” de frango e limão com azeitonas que foi uma das melhores da viagem! Logo depois do almoço tivemos meia hora para se instalar nos quartos e se arrumar para sair pedalando!

Na primeira noite, ao entardecer, o grupo se encontrou numa das tendas privadas do hotel para happy hour drinks, seguido do jantar. Esse conceito de tendas de luxo me lembra um pouco os safaris, o que acho o máximo! Alguns quartos do hotel inclusive são tendas! A Butterfield convidou uma jovem americana para participar do happy hour hoje, e conversar com a gente sobre o choque cultural de casar com um marroquino e se mudar para um país muçulmano. A Amanda focou mais na sua história com o marido, mas ela acabou falando um pouco sobre a cultura do Marrocos também durante a sessão de perguntas. O jantar foi servido dentro da tenda também – um delicioso menu de degustação que durou algumas horas! #FoodComa

No segundo dia, após o trekking, almoçamos no restaurante Riad Oussagou em Imlil. Eles montaram uma mesa agradável no terraço do restaurante, mas logo depois começou a chover então tivemos que entrar. Serviram espetinhos de frango e carneiro, além de “tagines”.

Infelizmente, no segundo dia choveu a tarde toda, então não podemos aproveitar muito as áreas externas do hotel. O nosso jantar (num local secreto da propriedade) teve que mudar e acabamos comendo no restaurante principal do Kasbah Tamadot. Mesmo assim, eles ainda tiveram todo cuidado de preparar uma salinha reservada e tudo estava impecável – da comida à decoração com pétalas de rosas vermelhas!  A minha sobremesa de chocolate esse dia estava de matar! Aliás, o que eu comi de chocolate nessa viagem não está escrito (e olha que eu não sou muito chegada)! Ainda bem que eu estava fazendo exercício todo dia, pedalando e queimando calorias, senão o estrago teria sido maior hahaha!

A “FAZENDINHA”

Não tem jeito – eu ainda tenho um lado muito infantil, então quando eu descobri que tinha uma fazendinha na propriedade do hotel, eu fiz questão de conhecer hahaha!! Antes de partir para Marrakech eu fui visitar os “membros da família” do hotel: 4 mulas, 3 burros, 2 camelos e alguns bodes brancos! Você pode interagir livremente e dar comida para os animais, é divertido! As crianças piram!

AS LOJAS: Sinceramente, não tinha nada para comprar por aqui! O único lugar bom era as boutiques do hotel! A boutique principal era muito top, e vendia desde acessórios, roupas, chapéus e sapatos, à louças e vasos marroquinos. A “berber boutique” vendia produtos artesanais da região como tapetes.

COMPREI: Dois produtinhos no Spa do hotel: uma máscara de argila para o corpo todo e os cabelos, e um delicioso óleo de flor de laranjeira para usar no banho. 

MELHOR MOMENTO: Deitar na minha cama toda noite!! A cama do hotel era super macia e TUDO de bom!! Pegamos um frio inesperado nesses dois dias, então entrar naquela cama quentinha com o aquecedor ligado, depois de comer muitooo no jantar, era uma sensação indescritível!! Me sentia nas nuvens!

NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR EM: As mini tagines coloridas (especialmente a rosa) que acabei não comprando na boutique principal do hotel! Deixei minha mãe me convencer de que eu encontraria milhares iguais nos souks de Marrakech, mas não vi nenhuma tão linda quanto! Fui embora do Marrocos de mãos vazias! 

IMPERDÍVEL: Fazer um tradicional hammam marroquino!

FATO SURPREENDENTE: O que mais me impressionou na viagem certamente foi a mudança brutal em paisagem…tantos tipos! Foi impressionante!

QUANDO IR: A melhor época para visitar o “High Atlas” é no outono e na primavera (abril, maio e setembro), quando ainda não está quente demais, e os picos ainda estão nevados, contribuindo para beleza do cenário. Na primavera toda vegetação está verde e exuberante. Evite o inverno quando neva!

O QUE LEVAR NA MALA: Como você não sai muito do hotel, não precisa se preocupar com a questão de saias ou vestidos curtos – pode usar o que quiser. Recomendo levar um bikini/shorts para curtir a linda piscina. Como estamos mais altos, a temperatura cai um pouco, especialmente no final do dia, então traga uma malha ou jaquetinha, para não ser pego de surpresa. Eu não tinha quase nenhuma roupa de frio na mala, fomos desprevenidas. 

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